domingo, 18 de março de 2012

Poemas ao sofrimento.


Escadas.

Pé por pé lá estou
Passos lentos olhar vazio
Quero morrer entre aqueles degraus

Angustias que aumentam ao subir
O peso dos pensamentos
Teorias mal feitas na trajetória

Segue-se a dor
Segue-se a penúria
Pés descalços e calejados

Não quero mais subir!
Degraus infinitos de angustia
Degraus feitos de desdem

Sou a morte daquele andarilho!

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Cidade.

Caem as primeiras gotas
Pesadas e belas
Gotejam sem dó

Fúria de algo que não entendemos
Fúria infame
Tortura quem a ama

A cidade chora
As danças não existem mais
Os risos cessam

Essas pessoas não tem mais alma!
Caras pálidas
Mortas em vida

Porque essa fúria?
Porque o castigo?
É o modo de vingança contra a cidade

É a vingança contra as pessoas
Seus mundos particulares destruídos
Nada pode reconstruir.

XXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXX

Escreve

Dedos manchados de nicotina
Amarelados como as folhas
Rabisca o papel

Choro calmo
Descem as lágrimas em silêncio
Tranquilo

Dor que se esconde em palavras
Sem sonhos ela segue
É o fim?

Partida ao meio
Nada lhe sobra
Traga a fumaça

Abaixa a cabeça e no papel continua
Ele é seu companheiro
Fiel

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